Violência

Organizadas do Flamengo e Fluminense brigam antes de clássico

Episódio foi registrado em Venda da Cruz, entre Niterói e SG

 

Antes do clássico entre Flamengo e Fluminense, torcidas organizadas dos dois times cariocas promoveram uma briga generalizada na Rua Coronel Amarante, no bairro Venda da Cruz, entre Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, nesta tarde de domingo (9).

Segundo relatos, estavam na briga membros da Raça Rubro-Negra (Flamengo) e Young Flu (Fluminense).

O novo episódio de violência ocorreu nos arredores do antigo 3º Batalhão de Infantaria, que atualmente abriga um conjunto habitacional.

Tudo isso poucas horas antes da partida que decidirá o título do Campeonato Carioca de 2023, a partir das 18h (de Brasília), no Maracanã.

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A Polícia Militar, procurada pela reportagem, informou que não houve acionamento para este episódio, até o momento. Contudo, o comando do 7º BPM (São Gonçalo) solicitou uma viatura para ir ao local. 

Recentemente, a Justiça do Rio proibiu por cinco anos a presença de quatro torcidas organizadas de três clubes cariocas de frequentar estádios. Seus respectivos chefes tiveram prisões preventivas de 30 dias decretadas. Eles são considerados foragidos. 

A diretoria do Young Flu, por meio de comunicado neste domingo (9), reforçou que não estará presente no jogo de logo mais.

"Não nos responsabilizaremos por atitudes de grupos e bandos que eventualmente arrumarem problemas pelas ruas da cidade", informou.

Casos de Violência

No último dia 1º de abril, na primeira partida da final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Fluminense, Thiago Leonel Fernandes da Motta foi baleado e morreu em um bar próximo ao Maracanã. Também foi atingido Bruno Tonini Moura, que foi levado para um hospital. 

O autor dos disparos é Marcelo de Lima, inspetor de polícia penal vinculado à Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), que estava de folga.

Segundo relatos de testemunhas, o crime não foi motivado por desentendimentos sobre futebol e sim por uma discussão envolvendo as últimas fatias de pizza vendidas pelo estabelecimento, que eram disputadas pelo atirador e pelas vítimas. Após o entrevero, o inspetor de polícia penal sacou a arma efetuando disparos.

Marcelo de Lima foi preso em flagrante por policiais militares e encaminhado à Delegacia de Homicídios. O policial penal foi autuado pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil contra Thiago Leonel Fernandes da Motta e tentativa de assassinato contra Bruno Tonini Moura.

Nas redes sociais, circula um vídeo que mostra a aglomeração de torcedores do Fluminense quando são ouvidos nove tiros. Inicialmente, os presentes demonstram não entender o que estava acontecendo. Em seguida, alguns correm e outros se abaixam.

O novo episódio de violência nos arredores do Maracanã ocorre menos de um mês após briga generalizada entre torcedores de Vasco e Flamengo que deixou diversos feridos. O confronto ocorreu no dia 5 de março, quando as duas equipes se enfrentaram em partida válida pelo campeonato carioca.

O vascaíno Eder Eliazar acabou morrendo após ficar 15 dias internado. Também no dia 5 de março, outro vascaíno foi baleado e morreu perto do estádio São Januário, mas a Polícia Civil considera a hipótese principal de execução motivada por uma rixa com traficantes.

Justiça

Episódios de violência nos arredores dos estádios da capital levaram o Tribunal de Justiça do Rio Janeiro (TJRJ) a decretar, no mês passado, a prisão temporária dos presidentes das torcidas organizadas Young Flu (Fluminense), Força Jovem (Vasco), Torcida Jovem (Flamengo) e Raça Rubro-Negra (Flamengo).

A decisão da juíza Ana Beatriz Estrella apontou que eles já haviam sido autuados e, diante da posição de liderança, são responsáveis diretos pela prática dos crimes investigados.

Seguindo entendimento semelhante, o juiz Bruno Vaccari Manfrenatti, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos do TJRJ, autorizou posteriormente ações de busca e apreensão e a indisponibilidade de bens das quatro torcidas.

Além disso, determinou que elas fiquem impedidas de acessar eventos esportivos por cinco anos. O magistrado estabeleceu ainda que 16 torcedores usem tornozeleiras eletrônicas por seis meses, ficando proibidos de se aproximarem de estádios em dias de jogos.

Os mandados de prisão contra os presidentes das quatro torcidas organizadas ainda não foram cumpridos e eles são considerados foragidos.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) se manifestou nos autos processuais contra as prisões, alegando fragilidade da acusação, uma vez que não haveria provas da participação pessoal de cada um nos atos de violência. “Não consta qualquer elemento indiciário acerca da autoria delitiva".

A Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg) também contesta a decisão e defende que as torcidas organizadas não podem se responsabilizar por crimes cometidos por grupos de marginais infiltrados.

"Somos contra a violência, defendemos a punição no CPF de quem comete crime, e queremos que os torcedores incentivem os seus times, fazendo a festa na arquibancada. Justiça sim, ditadura não!", registra postagem em suas redes sociais.

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